Documento 7
Pudim de chocolate industrializado
Tempo de chuva com ventos que estremecem os ossos e sussurram a partida dos brotos já mocinhas e mocinhos
É dezembro
Os pisca-pisca me fazem sorrir
É dezembro
O fim de todos os nossos recomeços
É dezembro
E talvez seja só mais um mês
A continuação com gostinho de fim
A corrida infinita perecível que carinhosamente apelidamos de vida
Documento 7
O sistema está em curto
O coração grita aquilo que a ponta dos dedos se nega a escutar
O coração martela, o ciclone faz a perna tremer e enfurece os oceanos
O coração cansado se senta à porta e como se fosse uma vitrine, observa o pudim acabar e os presentes serem embrulhados
Documento 7
É dezembro
O meu pudim acabou
E só por que é fim de ano e o pudim acabou
Me permito ver os pisca-pisca, escrever ao Noel, sorrir de coisas bobas com gente boba que me faz ficar no chão, escrever poesia àqueles que de poesia precisam. Afinal é natal e ano novo também. É a corrida que faz o horizonte mudar, você só cai se pular, você só voa se pular, e apesar de viver apesar de, a vida... ah “a vida, a vida, a vida, A vida só é possível reinventada”
-Natalia Sofia
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