Outro dia comentei que sai 9h00 de casa e ainda via a lua no céu;
Hoje eu saí de casa 4h10 e tinha esperanças de ver o sol.
Fiquei pensando o porquê do rei sempre estar tão apressado...
É estranho pensar isso, o motivo pelo qual as coisas acontecem, porque a folha daquela árvore no fim da rua caiu na minha cabeça na hora que caiu, porque o vento soprou tão forte um pouco antes e porque eu esqueci a chave e saí um pouco depois daquele pequeno vendável...
Por que estou dizendo tudo isso? Não sei, só estava pensando na tramoia da grande obra, quando olhei o céu e não vi o Sol me frustrei, mas a Lua também não estava e então por um minuto eu olhei para a rua esvaziada a minha frente, prestei atenção no silêncio e me senti a última poeira cósmica de todo o todo, por um segundo imaginei que era importante, imaginei que alguém se lembraria do meu dia, que seria importante para alguém. Ai cheguei ao ponto de ônibus, e por algum motivo outra folha caiu após outro pequeno vendaval após eu sair atrasada. Tinham 3 pessoas no ponto, o ônibus chegou, tinha um trabalhador para cada assento... Ali eu já não era mais a última poeira cósmica de nada
Nem oito nem oitenta, oito e oitenta
Em menos de cinco minutos eu fui do dia que decidi que pelo o que eu desejo a viagem revigora, até esse momento quando repensei essa merda toda até hoje. Me senti especial por não ver ninguém na rua às 4 da manhã, entrei no ônibus e percebi que sou apenas uma garota fazendo ocasionalmente o percurso do caminho da roça de mais 42 trabalhadoras e trabalhadores.
02/09/2021 saí para tirar sangue e descobri que poderia fazer uma tese sobre boas e más escolhas que fiz, mas no fim do dia sempre teriam 42 ou mais sobreviventes que me fariam lembrar que a chave não saiu de onde eu a coloquei, o vento não ventou por mim e a folha... Bem talvez ela tenha gostado da minha cara de paisagem.
-Natalia Sofia
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