Eu disse que os dias estavam passando de forma não muito memorável, mas quero retificar tal afirmação, a medida que senti a necessidade planejar um terceiro texto para uma sequência de dois. Eu diria que tem sido dias muito, muito memoráveis não de forma necessariamente positiva.
Já escrevi;
Já pintei;
Já recitei;
Já fiz piada;
Ri chorando e chorei enquanto ria.
Vi o mundo em câmera lenta nos momentos em que era capaz apenas de escutar as batidas do meu coração.
Tive a audácia de dizer que estava tudo bem mesmo com o sangue que escorria dos meus próprios cacos.
Falei dos meus problemas para uma profissional e ela teve a perspicácia de reorganizar o laudo de 3 meses de vida para umas poucas semanas.
não vou reclamar (já reclamando e batendo perna).
É mais como um registro pessoal para que eu não me engane achando que isso não dói, para eu não me esquecer como dói dizer a porra do adeus que sempre remete uma palavra arrancada da alma
"A vida é feita de escolhas", "Faça seu projeto de vida", "Cumpra com suas promessas"...
Não tema o fim de um ciclo e não deixe de vive-lo por completo, não tema a mudança de planos, não tema ter que voltar com a sua palavra, não tema viver a vida.
Não romantize a morte dos nossos sonhos, não normalize a falta de compromisso humano com humano, não deixe de viver pelos momentos ruins mas não dependa dos bons.
A vida não é a porra de uma jornada de férias, nós estamos na selva.
Eu não sabia que precisava lutar tanto para que a liberdade tatuada na constituição fosse estendida a mim, e agora, eu sei que esse é apenas um daqueles livrinhos que vemos na estante de historinhas para crianças.
-Natalia Sofia
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